Realizado em Brasília, entre os dias 5 e 7 de junho, o Encontro Nacional do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, contou com um painel de debate com a participação de organizações e fundos que dão suporte emergencial para pessoas e organizações defensoras de direitos humanos. O objetivo do painel foi fortalecer a articulação, cooperação e atuação entre os Fundos e a sociedade civil na proteção às defensoras e defensores.
Estavam presentes o Fundo Casa Socioambiental, o Fundo Brasil de Direitos Humanos, Fondo de Acción Urgente de América Latina y el Caribe (FAU), FrontLine Defenders, Projeto Sementes de Proteção e Projeto Defendendo Vidas (do Movimento Nacional dos Direitos Humanos), Rede Nacional de Proteção a Jornalistas e o próprio CBDDH.
Na ocasião, os representantes puderam apresentar para o Comitê, quais são suas linhas e critérios de apoio, metodologias de suporte, limitações, além das formas de acesso de cada suporte emergencial voltado para as pessoas e organizações defensoras de direitos humanos.
Esse espaço de troca visou aprofundar o debate das complexidades que envolvem a proteção de pessoas defensoras de direitos humanos no Brasil, mas também para envolver participantes do CBDDH diretamente na discussão sobre os desafios no apoio às pessoas e organizações em situação de risco e vulnerabilidade.
Durante o debate, foi destacado pelas organizações e fundos presentes que uma das principais questões enfrentadas atualmente pelas entidades, para além do avanço dos conflitos em diferentes territórios no Brasil, é a situação de fome e vulnerabilidade social de DDHs.
Para além dessa vulnerabilidade, a violência de gênero contra DDHs e o adoecimento mental tem sido recorrente. Esse quadro vem exigindo reflexões mais aprofundadas e um amplo debate das organizações e que prestam suporte emergencial sobre como atuar e aprimorar o apoio às pessoas defensoras de direitos humanos.
Para além disso, um debate fundamental que se faz presente é da importância de lutar pelo aprimoramento da política pública de proteção a defensoras e defensores de direitos humanos, para que essas violências contra defensoras sejam combatidas nas causas que as estruturam, e que as pessoas e coletivos em situação de risco sejam de fato protegidas pelo estado brasileiro.