O documento registra 212 defensoras e defensores mortos em 2017 na América Latina, e coloca o Brasil em segundo lugar no ranking de países onde ocorreram mais mortes, são 58 ativistas mortos. Dos 212 assassinatos, 156 ocorreram no Brasil e na Colômbia. No total, a Front Line Defenders recebeu informações de 312 assassinatos em 27 países.
O relatório destaca o aumento da violência no Brasil e da participação de agentes de segurança do Estado nesses crimes, citando com o exemplo o massacre de Pau D´arco, ocorrido no estado do Pará, em maio de 2017, quando dez trabalhadores foram executados por policiais civis e militares.
A crise política e os retrocessos na legislação brasileira, com a retirada de direitos historicamente garantidos por pessoas que atuam na área de direitos humanos, são aspectos destacados no documento. Eles são utilizados para reforçar o aumento da violência contra defensores e defensoras de direitos humanos também em áreas urbanas. Dois exemplos citados são as intimidações e violências aos defensores e defensoras das favelas cariocas e do movimento LGBT no Paraná. Casos que também constam na Carta mortes anunciadas no Brasil em 2017 (Leia aqui https://bit.ly/2Dy0fPk), produzida pelo Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH), em setembro do ano passado. O documento do Comitê reuniu 15 casos de situação de conflito, denunciando que a ausência de ações de proteção efetiva para essas pessoas e comunidades pode gerar ainda mais mortes no país a qualquer momento.
O informe também registra que os dados do Brasil foram contabilizados por informações recebidas por meio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), membro do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores, que em seu levantamento tinha um total de 65 defensores/as assassinados/as durante o ano de 2017, porém muitos nomes ainda não foram divulgados por questões de segurança.
Leia o relatório produzido pela Front Line Defenders << https://bit.ly/2DxK1WA>>