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Angústia na semana internacional da liberdade de Imprensa

  • Date : 9 de junho de 2022

Por Fórum Grita Baixada

A notícia do desaparecimento do indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira e de Dom Phillips, correspondente internacional do jornal inglês The Guardian, em plena floresta amazônica e na semana em que se celebra a luta do jornalismo independente em reportagens que desafiam as opressões sociais e econômicas ao redor do mundo, traz para nós do Fórum Grita Baixada uma especial preocupação.

Fomos apresentados à história de Dom Phillips através de um encontro com jornalistas internacionais promovido pelo site de notícias Rio On Watch em 2019. Representantes de organizações, coletivos e movimentos sociais presentes fizeram análises de conjuntura sobre seus territórios e o repórter inglês demonstrou interesse em conhecer um pouco mais sobre a realidade da Baixada Fluminense. Conversamos sobre milícias, desaparecimentos forçados, as lideranças de base na região e a possibilidade de uma reportagem sobre alguns desses temas.

Conforme descrito no Processo n : º 1004249-82.2018.4.01.3200, de autoria da Defensoria Pública da União (DPU) e da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), “parece evidente que o desaparecimento de Bruno da Cunha Araújo Pereira e de Dom Philips está no contexto fático existente de ausência de políticas públicas efetivas para a proteção de terras indígenas no Brasil. É fundamental ressaltar que o trabalho desenvolvido pelo indigenista Bruno é de extrema relevância e importância para proteção da vida dos povos indígenas isolados do Vale do Javari.

O desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do Jornalista inglês do The Guardian Dom Phillips na região próxima a Terra Indígena Vale do Javari é extremamente grave e o risco de não serem encontrados com vida aumenta à medida que o tempo passa.

O sumiço de ambos revela a gravidade da situação de completa omissão das autoridades competentes na defesa dos povos indígenas e fornecimento de condições seguras de trabalho para os agentes que atuam na fiscalização daquele território e dos próprios povos indígenas da região”