O Observatório da Kunangu Aty Guasu lançou relatório sobre intolerância religiosa e racismo religioso nesta quinta-feira (03/03). O documento traz dados de violências cometidas contra as Mulheres Kaiowá e Guarani, e denúncias de perseguições, demonizações e violências contra indígenas rezadeiras. De acordo com o relatório, 17 casas de reza foram incendiadas, sendo a maioria dos atos de intolerância religiosa cometidos contra as Nhandesys e contra os espaços tradicionais, a partir de discursos de ódio das igrejas pentecostais. Leia o relatório aqui.
Kuñangue Aty Guasu é a Grande Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani, organizadas no Cone Sul de Mato Grosso Do Sul. Teve seu início em 2006 quando as mulheres indígenas decidiram em coletivo que seriam porta-vozes de sua caminhada, essa decisão histórica iniciou-se no território sagrado Nãnderu Marangatu, Município de Antônio João-MS. Outras edições foram realizadas em 2012, 2013, 2014, 2017, 2018, 2019 e 2020.
As mulheres Guarani e Kaiowá em assembleias debatem pautas que vão além da questão territorial, pautas que fazem parte do cotidiano delas como: demarcação das terras tradicionais, promoção da cidadania, direitos sociais, segurança pública e participação social. Pautas específicas como: violência doméstica, violência do estado contra os Guarani e Kaiowá, violência nos acampamentos por conta dos ataques dos pistoleiros a comunidade, alimentação/roça, soberania alimentar e o consumo de alimentos sem agrotóxico e os impactos da monocultura ao entorno das aldeias Guarani e Kaiowá, racismo, preconceito, intolerância religiosa, direito das crianças e adolescentes, direito das anciãs e anciões, meio ambiente, clima e a agenda de luta/mobilização Guarani Kaiowá.