Depois de dez dias de resistência, os seis militantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), encerraram, nesta quinta-feira (14), a greve de fome em protesto à Reforma da Previdência. O protesto chegou ao fim de forma exitosa depois que a votação da proposta foi adiada para o próximo ano.
O Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH), saúda os companheiros e companheiras que resistiram bravamente acampados na Câmara dos Deputados em Brasília, contra essa proposta. O Comitê é uma articulação composta por mais de 35 organizações e movimentos da sociedade civil, e que atua desde 2004 na proteção e acompanhamento das ações de defensoras e defensores de direitos humanos.
A ação denunciou mais um projeto do governo de Michel Temer que vem dia a dia retirando direitos historicamente conquistados com muita luta e resistência. A Proposta de Emenda à Constituição – PEC 287/2016 – conhecida como Reforma da Previdência, em tramitação no Congresso Nacional, é mais uma manobra desse governo ilegítimo, que interfere diretamente na vida da classe trabalhadora do Brasil.
Se aprovada, retrocederá em desiguladades corrigidas ao longo dos anos, como regras específicas de contribuição e idade mínima para a aposentadoria rural e das mulheres. Com o falso mito do “déficit da previdência”, o governo manipula informações e cálculos na tentativa de justificar uma proposta que compromete a sobrevivência da previdência pública, favorecendo a previdência privada e grandes devedores do sistema de seguridade social.
Com essa e outras propostas, o atual governo vem, de forma sistemática e violenta, atacando direitos de trabalhadoras/es, populações tradicionais como quilombolas, indígenas e riberinhos, mulheres e população LGBT. Por isso, o Comitê reforça sua saudação e solidariedade aos companheiros e companheiras que arriscaram suas vidas no enfrentamento a esse governo, e em nome da manutenção dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do país.